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monirq's avatar

Sabrina, muito bom seu texto!

Uma dica, para quem tem certa perda visual é um pouco difícil ler a fonte branca nesse tom escuro da tela, seria ótimo se fosse possível mudar, porém, o substack não permite, talvez você consiga avaliar uma mudança de cores a fim de melhorar a leitura. <3

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Leandro Porto Marques's avatar

Sabrina amei seu texto e me veio uma reflexão no intuito de debatermos ideias.

Recentemente estive em uma aula sua, em formato on-line, acredito que foi no Canadá, não me recordo direito, mas um dos temas trabalhados foi a transição justa. Lembro de fazer uma provocação no mesmo sentido, mas gostaria de trazê-la aqui novamente e com mais fôlego.

Você comenta sobre esse medo do junho de 2013 e sua capacidade paralisante para a esquerda e os governos de esquerda. Como a direita atual está mais complexa e ativa, inclusive levantando suas próprias pautas e mobilizações.

Penso, olhando para a conjuntura global, que estamos em um cenário fértil para uma ruptura. Estamos presenciando um levante global da direita. Pautas mais conservadoras ganhando força mesmo entre os jovens, que defendem sem saber sobre: o sionismo, a escala 6X1 ou até mesmo repetem absurdos sobre terraplanismo e a inexistência do aquecimento global. Em outras palavras, vivemos hoje um retrocesso, penso eu que, reflexo da inação da esquerda em tempos de necessária mobilização.

O atual governo do PT, e abro um leve parênteses aqui, considero-o social democrata, quase numa formação Centrão pra centro-direita, tem minado pautas de esquerda e de transição. Os leilões do fim do mundo, dos bolsões de petróleo na foz Amazônia, a não revogação do novo ensino médio que desmonta a já frágil educação pública no país, o “novo” calabouço fiscal, são apenas alguns exemplos de políticas gestadas no governo PT. Podem não ter sido sob ele propostas, mas com ele seguem a todo vapor.

Isso tem levado a uma descrença pública da esquerda. Talvez por uma falha nossa de apostar publicamente que “as coisas vão melhorar agora com a eleição do PT” na época pós-Bolsonaro apelando por um PT do passado em outro cenário econômico, social e climático. Mas, a inação de esquerda também contribui para isso. As poucas vozes que fazem frente a essas políticas viram subsumidas na onda conservadora, e aquelas que começam a ser populares e levantar pautas como o fim da escala 6X1 são chamadas de identitárias e atacadas pela própria esquerda.

Existe sim uma resistência da direita devida sua expressiva ocupação no congresso, mas a esquerda que está presente também se faz resistente ou conservadora quando deveria ser mais radical.

Vejo um “futuro sombrio” caso esse cenário siga do jeito que está, e isso já se reflete nas eleições para prefeitos quando em sua maioria foram candidatos de direita, inclusive apoiados pelo ex presidente, que foram eleitos em vantagem esmagadora de eleitores.

Como comecei esse comentário dizendo, penso que estamos num momento de ruptura. Só que essa ruptura pode ser nossa e com ela nós movermos para a superação, ou pode ser cooptada pela direita e rumarmos para um futuro ainda mais conservador, rompendo com a atual social-democracia.

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Sabrina Fernandes's avatar

Nossa capacidade de se desmontrar uma alternativa pra sociedade frustrada, desamparada e desnorteada é sabotada por nós mesmos se no fim do dia nosso objetivo é ser só um pouquinho diferente. No fundo, sempre retorno ao ensaio do Safatle sobre a falta de uma esquerda que não tema dizer seu nome - concretamente.

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