Cientista de casa não faz milagre
A ciência baseada em fatos e na resolução de problemas sistêmicos nunca deve ser neutra. E isso incomoda governos - de direita e de esquerda também.
Ouso afirmar que um dos conceitos que mais trouxe atenção pro meu trabalho no passado recente foi o de pós-política e o uso que faço dele para analisar a despolitização como ferramenta política. Relembrando aqui, a pós-política é um tipo de despolitização que nos afasta da compreensão sistêmica e da raiz dos problemas ao propor uma suposta neutralidade técnica que deve nos guiar. Essa tal neutralidade aparece como superior, baseada em dados e em especialistas, e portanto é preferível aos viéses ideológicos da esquerda e da direita.
A pós-política é uma armadilha perfeita, pois ela tem um ar de razoabilidade muito atraente a quem se vê aberto à ciência, a dados, e às autoridades em certos temas. Ela é ainda mais atraente numa crise de representatividade, quando o comportamento (ou práxis) errático e contraditório de esquerda e direita dão a impressão de que essas divisões são obsoletas ou irrelevantes no mundo de hoje. Então, em vez de escolher um lado, de cobrar coerência, de entender como ideologia molda visão de mundo a partir de fatos, história, propósitos e horizontes estratégicos, muita gente se coloca “acima” disso, manda um “nem esquerda, nem direita” e acaba, sem querer, favorecendo o plano político que já está ganhando. Quem está no poder pode simplesmente reformar suas propostas com um verniz científico, nomeando especialistas não-militantes (afinal, são “neutros”), e se beneficiar da falta de debate e oposição na sociedade.
Esse uso de uma imagem científica pela pós-política me incomoda muito não só por como desmobiliza as pessoas da importância de se posicionar, de ter lado, de carregar uma bandeira, mas também porque se relaciona com o quão vazio se tornou o apelo de “acreditar na ciência” feito durante a pandemia ou mesmo sobre mudança climática. Se há negacionismo científico em alguma área, a solução é chamar as pessoas a acreditarem na ciência. É um raciocínio capaz de juntar muita gente, porque a ciência é sobre “a verdade” - algo capaz de agregar pessoas independentemente de posicionamento ideológico, dizem. Em tempos de tanta mentira, nada como constranger negacionistas e confrontá-los com a “ciência". Ok, mas que ciência? E se ela incomoda, o parecer técnico vai ser respeitado mesmo ou vão pressionar por outro resultado?
Ciência de conveniência que é ciência parcial
O governo de Bolsonaro fez da esquerda brasileira uma defensora aguerrida da ciência, mas não qualquer ciência. Durante a pandemia, a função de inúmeros cientistas ao redor do mundo foi desmentir governantes que menosprezaram a gravidade do coronavírus porque ficar em casa, tomar medidas sanitárias protetivas e investir em vacinação contrariavam os interesses econômicos de seus governos e suas elites. As vozes de cientistas incomodavam porque denunciavam o projeto de morte de milhões de trabalhadores e no Brasil não foi diferente: gastamos muita energia física e mental para desmentir informações falsas e tentar proteger a credibilidade dos cientistas especialistas em saúde pública. Esses cientistas foram intimidados e perseguidos porque tomaram lado cada vez que o governo bolsonarista, que trocava de ministro da saúde como quem troca de roupa, anunciava uma medida desastrosa ou mentia, descaradamente, para o povo brasileiro. A pandemia de Covid-19 nos lembrou da importância de uma ciência que toma lado. Ao contrário do que se diz sobre tomar lado, não se trata de parcialidade. Foi justamente por olhar para o vírus, para a medicina, para as questões sanitárias locais e globais, para sua relação com a economia e com o todo, que essa ciência se provou imparcial, inserida na totalidade. E a totalidade é extremamente política.
Quando o assunto era mudança climática, a esquerda brasileira encheu a boca para acusar a extrema-direita de negacionismo e de destruidora do planeta. Naquele momento, a ciência era importante porque era atacada por Bolsonaro. E se Bolsonaro atacava a ciência, significava que era perigosa, transgressora, rebelde. Como declaradamente ambientalista há quase duas décadas, fiquei impressionada com como os temas ambientais ganharam centralidade. As marchas pela Amazônia furaram bolhas e levaram muita gente pra rua. Cada fala de Ricardo Salles gerava mais polêmica que a outra. Jornais que cobriam pouco sobre clima passaram a cobrir bem mais. E como também sou declaradamente ecossocialista há uns 15 anos, fiquei mais impressionada ainda com cada fala de defesa ambiental que ouvi dentro da esquerda organizada em partidos e sindicatos que, me lembro bem, anos antes mal tocavam no assunto. Ou se tocavam, o tema vinha com certa dose de reclamação contra ambientalistas, indígenas e movimentos que estariam travando o “desenvolvimento” do Brasil com suas exigências “impossíveis” de proteção ambiental.
É claro que na época eu celebrei que, apesar do ecocídio constante, a natureza e a ecologia estavam ganhando centralidade nos debates. Mas eu não conseguia me desfazer de uma desconfiança sobre o ambientalismo de esquerda que se notava no Congresso, nos partidos e nas candidaturas à presidência: quanto tempo vai durar? E quais os seus limites?
Pois durou até primeiro de janeiro de 2023. E seu maior limite é o desenvolvimentismo agro-extrativista-fóssil. Esse tipo de desenvolvimentismo é aquele que usa a palavra “desenvolvimento” como mágica e como forma de pressionar um povo inteiro a engolir certos projetos porque o desenvolvimento local e o nacional dependem completamente disso. É assim que muita gente em lugares abandonados e empobrecidos do Brasil passa a crer que a vida vai finalmente melhorar, seja pela promessa de geração de empregos (que, no caso de projetos de infraestrutura, raramente é permanente para a força de trabalho local, e em casos como a mineração, pode gerar empregos de alto risco), seja pelo boom econômico e de possível investimento social gerado por royalties do petróleo. O problema, claro, é que nenhum outro tipo de desenvolvimento parece ser possível. As audiências públicas, fóruns e consultas trabalham na base do tudo ou nada: ou vocês aceitam este projeto como estamos apresentando hoje, ou vocês estarão condenados eternamente ao subdesenvolvimento e precariedade.
É assim que conseguem que muita gente desconfie de cientistas e de ambientalistas, pois, nesse caso, a ciência gera questionamentos que colocam em risco os projetos lucrativos planejados pelas elites do Brasil. Isso vale para empresas mistas também, onde a participação do estado garante melhor controle estratégico e alinhamento com políticas em outros setores, mas o peso do lucro para o acionista continua. E se o acionista de uma empresa de petróleo e gás pode ganhar mais com isso do que com a implementação de um processo de redução e desativação gradual de combustíveis fósseis, visando um projeto de transição energética justa (de verdade), então a ciência do clima que diz que não temos mais tempo para seguir expandindo a exploração de petróleo não é a ciência bem vista e bem quista. Por trás de tudo isso está a lógica da energia como commodity a ser exportada, acrescentando às receitas dos cofres públicos. Nunca passa pela cabeça que nosso interesse soberano deveria estar em desmercadorizar a energia e que uma transição energética concreta pode e deve colaborar com isso. Não pensam nisso porque o objetivo é fazer mudanças e executar projetos deixando todo o restante do sistema como ele é hoje, nos mesmos parâmetros econômicos. Assim, é importante trazer a ciência pra conversa, mas apenas se ela for parcial, pra lidar com pedacinhos do tema e nunca questionar a raiz do problema.
A realidade é uma em que, embora seja essencial que busquemos tomar partido a partir do conhecimento da realidade material (por isso mesmo Marx e Engels falavam de um socialismo científico), mais uma vez na história da esquerda brasileira, tomar o lado do governo tem significado negar questionamentos científicos essenciais para a manutenção da vida no planeta em nome de garantir crescimento econômico na base de commodities energéticas, minerais e agrárias; ou seja, é importante tomar lado, mas a esquerda institucional está tomando o lado errado.
A chantagem desenvolvimentista
O que me irritou bastante recentemente e me fez sentir a necessidade de escrever mais livremente sobre esse tema é a sensação de repetição histórica. Quando eu pesquisei o processo manipulador de consultas e intervenção em parecer de impacto ambientais nas obras do PAC por volta de 2007-2009, vi o quanto o desenvolvimentismo não era sobre o sentido desejável e bonito de desenvolvimento que me fazia pensar em qualidade de vida e direitos sociais pra nossa população. Estava claro pra mim ali que o desenvolvimento servia para chantagear instituições e comunidades locais a aceitarem projetos que favoreciam grandes construtoras, grandes empresas, de modo que os estudos poderiam até alterar uma coisa ou outra no projeto, mas o direito de dizer um “não" absoluto era completamente reprimido. Uma consulta democrática é democrática mesmo se um resultado negativo não é nem mesmo cogitado?
A conclusão dessa primeira pesquisa que fiz foi simples: projetos de infraestrutura, como na área de energia que estudo desde então, são apresentados no modo fait accompli; isso quer dizer, são projetos já decididos, já autorizados, e que irão acontecer de uma forma ou de outra. As consultas são importantes para ajustes e para o verniz da democracia limitada capitalista em que vivemos, mas raramente a decisão popular de negar a execução de um projeto será soberana. Porque no desenvolvimentismo de esquerda, operante dentro do capitalismo, soberania nacional não é soberania popular, é soberania na relação estado-capital.
Soberania, que é um dos temas que eu mais estudo, é também um dos conceitos mais abusados pela esquerda e pela direita, agindo contra embasamentos científicos de vários setores. Fico assustada com a forma que usam do discurso sobre soberania para impedir questionamentos importantíssimos, principalmente de cunho socioambiental, destacando o que há de pior no sentido negativo e alienante da ideologia. Quando reproduzimos discursos vindo da esquerda simplesmente porque ecoam sentidos ideológicos do nosso campo, mesmo que envolvam rejeitar questionamentos científicos que precisam embasar nossa estratégia, nossa ideologia terá pouco a ver com a missão de transformar a realidade, e muito, muito a ver com a famosa descrição feita pro Žižek: é comer da lata de lixo ideológica.
Daí essa tarefa complicada que temos de defender um campo político, porque sabemos que, no fundo, ele se baseia numa perspectiva de organização de classe emancipadora, enquanto nos irritamos frequentemente com os absurdos vindos de dentro desse campo político. E não adianta alguém me falar que é um problema apenas da esquerda moderada institucional, aquela que não deixa criticar ou a direita volta, enquanto prioriza executar políticas de direita na esperança de continuar no poder. Não adianta falar que basta rejeitar essa galera em nome da esquerda revolucionária que vai mudar tudo. Infelizmente, eu não nasci ontem, e sei bem que boa parte da raiva que passei nos últimos anos foi com a pobreza intelectual da própria esquerda marxista, que, muitas vezes incapaz de compreender a realidade material da crise climática em termos compatíveis com o século XXI, também acusou ecossocialistas de não se importarem com soberania ou anti-imperialismo. Hoje, já que falar de clima é importante para criticar tanto o PT quanto o Bolsonaro, alguns andam mais “ambientalistas”- mas ainda não sei o quanto isso vai durar. Eu não sei, porque suspeito que, para todo lado, a regra é instrumentalizar a ciência para caber na sua estratégia política, em vez de construir uma estratégia política emancipadora cientificamente.
É através dessa brecha que a coisa vira uma bagunça generalizada. Num dia, temos cientista especialista em vírus que defendemos de Bolsonaro na pandemia, negando o conhecimento científico de pares pra fazer publi engomadinha e emprestando verniz “técnico” pra Shell (que vergonha, Átila!). No outro dia, temos um presidente fazendo pressão pública em cima da nossa ministra do meio ambiente, alegando que, por ser inteligente, ela não será contra a exploração de petróleo na Margem Equatorial. Tudo isso com o papinho de decisão técnica, ao mesmo tempo em que alega que o Ibama deveria autorizar a licença porque é orgão do governo. Juro que prefiro 1000x o governo atual, mas era mais fácil corrigir o Bolsonaro e explicar que não, o Ibama não é do governo, é do estado, e se a decisão é técnica, o governo deveria respeitar.
Essa confusão que Lula fez entre uma entidade que serve ao estado brasileiro ter que servir aos objetivos governistas atuais refletem como a exploração na Margem Equatorial é projetada no modo fait accompli. A diferença é que hoje pega mal simplesmente atropelar o processo de licenciamento, então é melhor manipular o entendimento de técnico e constranger quem se opõe, em detrimento do que a ciência diz de verdade: embora os processos de redução de exploração de petróleo devam ser diferenciados entre os países, para corrigir questões de desigualdade e capacidade, não há mais espaço para novas perfurações (de qualquer país) sem nos empurrar gravemente para os cenários mais alarmantes de aquecimento global. O ponto central nem é sobre a segurança do empreendimento na Margem Equatorial. Embora importante, pois não queremos destruir mais ecossistemas marinhos, devemos destacar o óbvio: não há segurança ambiental suficiente em qualquer empresa de petróleo (nossa ou de outro país) que envolva mais emissões gigantescas!
Mas esse conhecimento técnico eles não querem… se no PAC 1 era uma tragédia, hoje se repete como farsa. Basta olhar também para o que foi Belo Monte no passado, servindo às demandas da indústria de alumínio (entre outros) na região, e o que é a Ferrogrão hoje, que vai deixar a Cargill muito feliz.
A gente já sabe o que fazer
Meu último ponto é que isso tudo é muito duro pra comunidade científica brasileira, trabalhando desde a medição de emissões ao planejamento de adaptação e mitigação, de forma interdisciplinar e dialogada. Nossa sensação é de repetição eterna, esperando que em algum momento nossos artigos, relatórios, comunicados e reuniões com governo e sociedade levem a mudanças radicais voltadas ao desenho e implementação de um programa nacional de transição ecossocial.
No entanto, além da sensação de que o que dizemos só é usado quando convém, também se nota essa tendência em pressionar e constranger quem se opõe publicamente. Essa coisa de que a nossa verdade é problemática para os… “interesses nacionais". Nessa hora, o que dizemos não é técnico. Técnico mesmo é quem dá o parecer favorável aos planos deles. Nós, que queremos nossos rios limpos, nossas florestas recuperadas, nosso povo vivendo sob políticas de reparação histórica e não mais vítima de ecocídios e desastres, nós somos maus cientistas inimigos do desenvolvimento nacional. E somos mesmo, porque sabemos que esse trajeto de desenvolvimento nacional é uma farsa: o desenvolvimento no século 21 tem que ser ecológico ou não será.
É frustrante, porque não é como se não houvesse debate sobre transição e ambientalismo no governo e no nosso país em geral. Existe e muito. Porém, em sua maioria, cada vez que a palavra transição é usada, ela só pode se aplicar a certos setores e parâmetros. E por isso é muito mais interessante trazer economistas, cientistas políticos, engenheiros e cientistas estrangeiros em geral para nos ajudar com nossas tarefas de economia verde. Cientista gringo não milita. Cientista gringo já está feliz de poder influenciar política X ou Y e sentir que há avanços importantes acontecendo. Inclusive, bem provável que o cientista gringo esteja tão frustrado em seu país como nós cientistas nativos no nosso. Das coisas que aprendi ao ter uma carreira internacional é que santo de casa não faz milagre. Se falo de transição lá fora, seja Norte ou Sul Global, falam de mim como uma autoridade importante no assunto que deve ser ouvida. Quando eu trato do mesmo tema aqui, encontro a realidade em que o presidente que ajudei a eleger considera cientista contrário à expansão de petróleo o oposto de inteligente…
Aí corta pra alguma cientista gringa chegando aqui, se reunindo com ministérios, dando palestras junto com membros do governo, sobre algum tema de transição, e a gente assistindo e pensando: bom, pelo menos algo está sendo dito. Mas que pena que não é o que a gente precisa, que pena que é ciência incompleta, que pena que só chamaram pra falar porque é um pedacinho de ciência que convém. Vão chamar isso de desenvolvimento sustentável, vão falar dos benefícios da economia verde, e vão jorrar mais petróleo, fingindo ser possível compartimentalizar causa e efeito na emergência climática. Como cientista gringa não milita aqui, dá pra pegar exatamente o que interessa pros projetos de desenvolvimento, sem se preocupar com a incompatibilidade entre eles e a justiça ecológica que exige mudanças radicais.
O que resta aos cientistas de casa nesse contexto? Seguir falando. Seguir cobrando. Seguir criticando. Seguir produzindo ciência completa e conhecimento para uma transição de verdade, justa e compatível com a nossa realidade. Seguir incomodando a direita, mas quando necessário, a esquerda também. Cientista bom é o cientista que toma lado, é o cientista que milita e não se rende. Se a história está se repetindo, que nos aguentem ao repetirmos o que sabemos também!
A reflexão de hoje está cheia de repetições de coisas que já escrevi com mais profundidade:
Fernandes, Sabrina. ““Just” Means “Just” Everywhere: How Extractivism Stands in the Way of an Internationalist Paradigm for Just Transitions.” International Journal of Politics, Culture, and Society (2024): 1-19.
Fernandes, Sabrina. Para salvar Gaza e o planeta, precisamos mudar o petróleo e o agro. The Intercept Brasil, 2024.
Fernandes, Sabrina. Transição Justa. Revista Jatobá, 2023.
Fernandes, Sabrina. Soberania e a policrise. The war in Ukraine and the questions of internationalism (Dossier), Alameda Institute, 2023.
Fernandes, Sabrina. “Ecossocialismo a partir das margens”. Ecossocialismo brasileiro – avanços e desafios. Arlindo Rodrigues e Suelma Ribeiro Silva (orgs.). Fundação Perseu Abramo, 2023.
Fernandes, Sabrina. Rumo ao Século 22. Jacobin Brasil, 2022.
Fernandes, Sabrina. “Environmental Contradiction: The Need for an Eco-Socialist Paradigm on the Brazilian Left.” In Challenging the Right, Augmenting the Left, edited by Robert Latham, A.T. Kingsmith, Julian von Bargen, and Niko Block. Halifax: Fernwood Publishing, 2020.
Pra quem quer ouvir um episódio de podcast que combina o lado cientista frustrada como militante determinada, recomendo meu episódio no Planeta A:
Tratado de Não Proliferação de Combustíveis Fósseis
Há alguns anos, me tornei uma das figuras públicas apoiadoras do Tratado de Não Proliferação de Combustíveis Fósseis. Ano passado, o Pacto Ecosocial e Intercultural del Sur, minha organização militante, também aderiu ao apoio. Recomendo conhecer um pouquinho e passar pra aquela pessoa que você conhece que repete bobeiras sobre expandir petróleo para financiar transição energética.
deve ser realmente exaustivo repetir o mesmo discurso, depois de tanta pesquisa e tanta militância, só pra vir um bando de homem branco da extrema direita destruir tudo com o discurso da pós política. essas armadilhas de descrédito das pautas de esquerda estão cada vez mais perigosas, e a despolitização atual do povo só endossa isso. o burnout é muito bem justificado nesses casos. admiro sua persistência, Sabrina, de continuar lutando mesmo quando tudo perde o sentido. havemos de vencer um dia.
O texto inteirinho cabe em tantos temas, inclusive pros cientistas que defendem "pecuária regenerativa" como solução.